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Empresas do Setor da Sáude analisam o Estado do Negócio

in Associados

O InfoEmpresarial conversou com alguns associados da ACIAB, do setor da saúde, que fizeram uma radiografia do estado de negócio e frisaram algumas qualidades de um serviço que é indispensável para a sociedade.

 

 

Farmácia Popular - Noela Alves

noela_alvesComo é que vê o estado do setor em Portugal?

O nosso setor não está muito bem, encontra-se muito instável uma vez que os preços têm baixado bem como as margens de lucro.


Destaque duas qualidades deste estabelecimento.

A simpatia no atendimento e a disponibilidade. Estamos sempre disponíveis para tudo o que for preciso, ajudamos as pessoas na marcação de exames, aviamos receitas e ajudamos os clientes em relação aos seus problemas de saúde.

 

Quais são os principais problemas enfrentados pelo setor?

É sempre complicado dar uma resposta. Penso que ao nível da concorrência terá de ser o Estado a intervir, uniformizando os preços ao nível de laboratório, principalmente os genéricos, porque os preços são muito diferenciados entre si. Alguma coisa tem que ser feita para pelo menos estabilizar o preço dos medicamentos, porque há muitas farmácias que vão fechar até ao final do ano.

 

Tlf: 258 452 118

 

 

 

 

 

Farmácia Torres - Lúcia Torres

lcia_torresComo é que vê o estado do setor deste negócio em Portugal?

A situação deste setor é muito má. Tenho cerca de 20 anos de profissão e realmente nunca vi o sector farmacêutico como está agora, isso deve-se aos nossos governantes, que só olham pelos seus interesses e não pelos interesses da comunidade. Eu venho da Argentina e lá a mentalidade dos políticos é diferente. São eleitos pelo povo e é para o povo que eles trabalham. Isso não se vê em Portugal. Temos que continuar a trabalhar, arregaçar as mangas e não baixar os braços.

 

Destaque duas qualidades deste estabelecimento.

Cada cliente é tratado como um bem precioso, é assim que eu vejo as pessoas. Tento ser muito humana. Temos a aplicação de injetáveis e de Primeiros Socorros porque temos formação para isso assim como consultas de nutrição em exclusividade em Arcos de Valdevez e Ponte da Barca e fisioterapia. E temos, acima de tudo, muita simpatia. Estive 8 anos no Soajo e depois transferi a farmácia para os Arcos. Muita gente estava à espera, incluindo a autarquia e as outras farmácias, que o povo de Soajo me virasse as costas e isso não aconteceu. É muito difícil cativar a população soajeira mas eles brindaram-me com o presente mais valioso que eu podia ter: não me abandonaram e continuo a servir Soajo com os nossos produtos.

 

Quais são os principais problemas enfrentados pelo setor?

As margens de lucro têm descido de uma forma assustadora. Não podemos fazer nada porque é o Governo que dita as leis e não ouvem a ordem dos farmacêuticos, nem a Associação Nacional de Farmácias, nem os farmacêuticos nem o setor. Têm uma visão economicista e cortam sem olhar a meios. Apesar de nos preocuparmos em ter profissionais licenciados a trabalhar nas nossas farmácias com competência e alto nível e ter tudo conforme a lei aquilo que ganhamos e é pouco.

 

Tlf: 258 529 150

Tlm: 912 475 398

 

 

 

 

 

Farmácia da Lapa - Maria Carla Serôdio

maria_carla_serdioComo é que vê o estado do setor deste negócio em Portugal?

Neste momento, com bastantes dificuldades. Caso não sejam tomadas medidas para contrariar esta tendência vão confirmar-se as expectativas já avançadas: um cenário de crise profunda no final deste ano. Esta situação vai colocar inevitavelmente em causa a acessibilidade da população aos medicamentos.

 

Destaque duas qualidades deste estabelecimento.

Honestidade e competência. Este estabelecimento serve o público há mais de um século. Ao longo dos anos tem procurado sempre adaptar-se às necessidades e dificuldades da população.

 

Quais são os principais problemas enfrentados pelo setor?

Principalmente o exagerado aumento de estabelecimentos congéneres, inclusive os espaços comerciais e também a venda de medicamentos através da internet, assim como a publicidade destes em páginas de jornais diários para uma possível venda direta às pessoas.

 

Tlf: 258 515 134

 

 

 

 

 

Farmácia Central - Paulo Pina

paulo_pinaComo é que vê o estado do setor deste negócio em Portugal?

É público que o negócio está mau. Continua a ser um setor que vive essencialmente do receituário, do medicamento. Poderá nos meios mais urbanos ter uma componente de produtos não sujeitos a receita médica, produtos de venda livre e também os produtos de higiene poderão ter algum peso. Mas a maior parte das farmácias (são rurais ou semirrurais) vivem do medicamento e este, como toda a gente sabe, é pago pelo Estado que é o principal decisor do preço de venda ao público, que aliás, tem vindo a baixar nos últimos dois anos. Neste momento existe até um sistema de margens regressivas, ou seja, ganhamos cada vez menos e os produtos saem mais caros, e por isso temos a noção que a nossa margem vai baixar, só não sabemos bem quanto.

 

Destaque duas qualidades deste estabelecimento.

Temos uma equipa jovem e esta não é só uma vantagem da Farmácia Central, mas uma tendência que já é visível nas farmácias dos Arcos. Esta equipa é, acima de tudo, tecnicamente competente, coesa, com grande orientação para o cliente e com espirito de sacrifício. A missão desta farmácia, e desta equipa, é ajudar os nossos clientes em tudo o que nos é possível.


Quais são os principais problemas enfrentados pelo setor?

Existem vários. Um deles é tentar diminuir os custos. Normalmente nos custos de trabalho não é muito fácil sobretudo quando os funcionários são necessários porque as pessoas continuam a recorrer aos nossos serviços e ainda mais, quando estamos a falar de uma zona rural como a nossa em que as pessoas precisam de ser esclarecidas e de muita ajuda para aviar as receitas.


Tlf: 258 515 155

 

 

 

 

 

Farmácia Arcuense - Paulo Araújo

farmcia_arcuenseComo é que vê o estado do setor deste negócio em Portugal?

Não é novidade para ninguém que este setor está a atravessar um momento muito complicado. De há uns anos para cá têm sido tomadas medidas que afetam muito o dia-a-dia da farmácia ao nível da gestão e do acesso à medicação que se torna cada vez mais complicado. Estamos a falar da redução constante das margens de lucro, redução do preço da medicação, o que nem sempre equivale a uma redução para o utente.


Destaque duas qualidades deste estabelecimento.

A Farmácia Arcuense dispõe de uma equipa jovem, dinâmica e em constante formação. Temos um atendimento diferenciado com profissionais especializados na área da saúde comunitária e doenças crónicas. Fazemos o acompanhamento dos doentes crónicos e a gestão da sua terapêutica e estamos constantemente a implementar novos serviços que vão de encontro às necessidades dos utentes. Devo acrescentar também que a simpatia no atendimento é, sem dúvida, uma imagem de marca da Farmácia Arcuense.

 

Quais são os principais problemas enfrentados pelo setor?

Eu penso que há toda uma conjuntura de fatores que levou a esta situação que estamos a viver atualmente no setor. Penso que certas medidas drásticas tinham de ser tomadas mas quando estamos a falar de Saúde, que é um assunto muito sério, e a partir do momento em que se coloca em causa, muitas vezes, o acesso à própria medicação como acontece hoje em dia, essas medidas têm de ser bem pensadas. Este é um setor que sempre trabalhou muito bem e de momento está a passar grandes dificuldades, desde os armazenistas, passando pelos laboratórios e finalmente pelas farmácias.


Tlf: 258 522 384

 

 

 

 

Centro Clínico Saúde Global XXI - Emílio Esteves

emlio_estevesComo é que vê o estado do setor em Portugal?

A Saúde em Portugal está a passar por muitas mudanças, e, tal como o país, está a passar por uma crise. Os recursos são muito limitados e, neste momento, todas as empresas ligadas ao setor da Saúde estão a tentar adaptar-se às mudanças que têm vindo a acontecer. Algumas irão sucumbir de certeza e outras terão a capacidade de se adaptar e permanecer no mercado, possivelmente até vingar no futuro.

 

Destaque duas qualidades deste estabelecimento.

Temos obrigatoriamente que destacar o nosso corpo clinico, o seu profissionalismo e disponibilidade. Quando falo do corpo clinico refiro-me aos médicos, mas terei sempre que destacar todos os terapeutas e enfermeiros e todas as funcionárias que constituem a equipa, pela sua disponibilidade e empenho em fazer bem e servir cada vez melhor. Os nossos esforços centram-se na relação com os pacientes e por isso fazemos também da simpatia mais uma das nossas qualidades.


Quais são os principais problemas enfrentados pelo setor?

Existe muita concorrência e sabemos que no futuro haverá ainda mais. Este é um setor que tem vindo a sofrer alguns desenvolvimentos, no entanto, a nossa preocupação tem sido sempre no sentido de construir o que consideramos ser o caminho certo, servir cada vez melhor os nossos pacientes e adaptarmo-nos à realidade atual, prestando um serviço de máxima qualidade, e tendo em consideração as limitações da população do ponto de vista económico.


Tlf: 258 518 130

 

 

 

Entrevistas realizadas em junho de 2012