Imprimir

Empresas ignoram apoios para contratar recursos qualificados

in Notícias Gerais
Criado em 08 junho 2017

Alguns avisos para inserção de recursos qualificados nas empresas “ficaram desertos”, apesar do apoio dado pelos fundos comunitários, lamenta a presidente da CCDR Centro.

A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Centro (CCDRC) avançou esta terça-feira que alguns avisos para a inserção de recursos humanos altamente qualificados “ficaram desertos”, apesar dos incentivos passarem pelo pagamento de metade dos salários.

“Tivemos avisos que ficaram desertos! Isso significa que não tivemos qualquer empresa a querer contratar recursos humanos altamente qualificados”, revelou Ana Abrunhosa.

Na sua intervenção num debate sobre a emigração de jovens qualificados, que decorreu ao final da tarde de hoje, a presidente da CCDRC sublinhou que ficou surpreendida, pela negativa, com as poucas candidaturas apresentadas pelas empresas para contratação de recursos humanos qualificados, nomeadamente mestres, doutorados e licenciados há mais de cinco anos.

“Sabem qual foi a desculpa? Que os valores de referência são muito elevados, mas recuso-me a baixar estes valores”, salientou.

O apoio em causa prevê, durante três anos, o pagamento de metade do valor de referência, sendo o salário mínimo de 1.500 euros. “Se for licenciado são 1.850 euros, mestre são 2.000 euros e doutorado 2.500 euros”, informou.

De acordo com Ana Abrunhosa, até ao momento foram aprovadas 53 candidaturas, que correspondem a 28 licenciados, 15 mestres e dez doutorados.

“Destes, com experiência no estrangeiro são quatro licenciados, dois mestres e um doutorado. E aqueles que deixaram o estrangeiro para vir são um mestre, um doutorado e um licenciado”, referiu.

No seu entender, isto é “manifestamente pouco”, sendo necessário continuar a trabalhar para este propósito, já que estes são “salários dignos tendo em conta o salário médio do país”.

“Quando falamos com estes jovens, temos a perceção que até estão disponíveis para vir e uma diminuição do salário não é problema desde que tenham perspetiva de carreira”, concluiu.

Fonte: eco.pt, 7/6/2017